O BEZERRO DE OURO ESTAVA VIVO

Shaar HaPessukim:



וַיִּקַּ֣ח מִיָּדָ֗ם וַיָּ֤צַר אֹתוֹ֙ בַּחֶ֔רֶט וַיַּֽעֲשֵׂ֖הוּ עֵ֣גֶל מַסֵּכָ֑ה וַיֹּ֣אמְר֔וּ אֵ֤לֶּה אֱלֹהֶ֨יךָ֙ יִשְׂרָאֵ֔ל אֲשֶׁ֥ר הֶֽעֱל֖וּךָ מֵאֶ֥רֶץ מִצְרָֽיִם

"Vayyikach miyadam vayyotzer oto bacheret vayyaasehu egel massekha; vayomru: "Eleh eloheikha Yisra'el asher heelukha me'eretz Mitzrayim"




"Ele (Aarão) tomou das mãos deles, formou (o ouro) com um cinzel e fez dele um bezerro de fundição; então eles disseram: ‘Este é o teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.’" - Shemot 32:4

Sobre o assunto do bezerro (de ouro), é preciso entender qual foi a intenção do 'Erev Rav' (multidão mista) ao fazerem agora esse bezerro. Já te expliquei, no versículo 'Levantou-se um novo rei sobre o Egito', sobre o assunto de Bilam (Balaão), e sobre o Erev Rav — como eles são das escórias e impurezas de Moisés, cuja alma vinha do próprio 'daat' (conhecimento) de Zeir Anpin, da dimensão dos 'mochin' (intelectos) de Abba (os níveis de sabedoria que fluem de Chochmá para dentro de Zeir Anpin). Mas ainda havia neles uma mistura de faíscas de santidade, e por isso Moisés se apressou com todas as suas forças para trazer o Erev Rav para debaixo das asas da Shechiná (Presença Divina). Assim também encontramos sobre Bilam, como disseram nossos sábios: 'Nunca mais se levantou profeta em Israel como Moisés' — em Israel não se levantou, mas entre as nações sim, e este foi Bilam.

Também te expliquei no versículo 'E Raquel roubou os ídolos de seu pai', que Labão, o arameu, se reencarnou em Bilam, filho de Beor, sendo Beor filho de Labão e pai de Bilam. E eis que toda essa família é de uma única raiz mencionada — são as escórias da alma de Moisés. Eles são: Labão, Beor, Bilam, e seus filhos Yanus e Yambrus, mencionados no final da Parashá Ki Tisá. Por isso, todos eram grandes magos e adivinhos, sem iguais no mundo."

"E já te expliquei no Sha'ar HaGilgulim (Portal das Reencarnações), assim como na mitzvá de Birkat HaMazon (bênção após a refeição), na Parashá Ekev, sobre o assunto dos reencarnados em todas as quatro categorias de existência: 'domem' (inanimado), 'tzomeach' (vegetal), 'chai' (animal), e 'medaber' (falante, ou seja, ser humano). Também te expliquei lá que cada uma dessas categorias tem um tempo determinado para que as almas possam ascender delas a um nível mais elevado.

Ora, o tempo dos reencarnados no nível vegetal (Introdução 22, Shaar HaGilgulim) é nos quatro primeiros meses do ano (hebraico), que são: Nissan, Iyar, Sivan e Tamuz. Durante esses meses, eles sobem e se reencarnam em seres vivos (animais). Pois bem, Beor, pai de Bilam, estava reencarnado no nível vegetal (tzomeach), e ainda não havia recebido correção suficiente para ascender ao nível animal (chai), devido à grande impureza do mal que havia nele.

E sem dúvida, ele representa a categoria mais elevada entre todas as escórias daquela raiz (espiritual). Por isso, Yanus e Yambrus, netos de Beor (filhos dos filhos dele), que eram líderes do Erev Rav, como é conhecido, assim como o próprio Erev Rav, todos desejavam sua retificação (tikun), pois com a ascensão dele, haveria também uma elevação para eles.

E eles olharam e entenderam, por meio de seus feitiços, que ele (Beor, pai de Bilam) não tinha capacidade de ascender (de sua reencarnação no vegetal) a não ser por meio de que fizessem Israel pecar — e assim a Qlipá (força do mal, casca) se fortaleceria, permitindo extrair a alma de Beor, seu pai, da categoria do vegetal (tzomeach).

A isso se somaria o fato de que esse pecado seria realizado por Aharon HaKohen (Aarão, o sacerdote), o santo do Eterno. E ainda se agregaria a isso o fato de que eles tinham em mãos aquela placa (ou lâmina) de ouro, sobre a qual estava escrito 'Suba, ó boi' (Aleh Shor). Então, com astúcia, planejaram fazer aquele bezerro de ouro, chamado 'Shor' (boi), por meio de seus poderosos feitiços, que contradiziam (ou se opunham à) a ordem celeste.

E todos os elementos mencionados se uniram: a Qlipá, os feitiços, a santidade do poder de Aharon, e o nome sagrado inscrito naquela lâmina, com o qual haviam elevado (o corpo de) Yosef do Nilo. E assim, saiu dali aquele bezerro de ouro, e dentro dele havia espiritualidade e vitalidade — a alma de Beor, pai deles — que assim ascendeu do nível vegetal ao animal (chai). E então o aceitaram como líder, para que lhes revelasse o futuro e suprisse todas as suas necessidades.

E tudo isso aconteceu por causa do pecado que fizeram Israel cometer, como foi explicado acima."

"E a alma de Beor, o perverso, que estava naquele bezerro (de ouro), foi ela que clamava e dizia: 'Estes são os teus deuses, ó Israel', como disseram nossos sábios, de bendita memória. E esse é também o segredo do que disseram os sábios, que alimentaram o bezerro com ervas, como está escrito (Salmos 106:20): 'à semelhança de um boi que come erva'.

E o assunto é o seguinte: como ele (Beor) estava reencarnado no nível vegetal, e especificamente nas ervas, ele comia delas para transferir de lá o aspecto de sua alma reencarnada naquele nível. E ao comê-las, transformava-as em um dos membros do bezerro vivo, e assim sua alma ascendia do nível vegetal (tzomeach) ao nível de ser vivo (chai).

E tudo isso se deu por meio do poder de seus feitiços. Por isso fizeram aquele bezerro justamente no mês de Tamuz, que é o último dos quatro meses destinados à ascensão das almas do nível vegetal ao animal.

Vamos à uma pequena explicação cabalística sobre o segredo do Bezerro de Ouro, para treinar sua mente:

A palavra no verso da Torah para bezerro é Egel (עגל) que vale 103 correspondente ao nome divino Yud He Vav He preenchido com a letra Yod  que vale 63 dessa forma יוד הי ואו הי, mais o valor Mispar Musafi que é a adição do número de letras da palavra que são 10 letras totalizando o valor 73.

Logo, 73 mais o próprio valor do nome Yud He Vav He que é 26 mais o número total de letras que são 4, temos: 73 + 26 + 4 que é igual a 103.

BEOR NO ZOHAR VAYISHLACH:

O rabino Yehuda pergunta: O que Jacó tinha em mente quando enviou a Esaú uma mensagem dizendo: "EU PEREGRINEI COM LABÃO?" Essa mensagem realizou alguma coisa em relação à sua missão a Esaú? ELE RESPONDE: Circulou um boato de que ninguém jamais escapou das garras de Labão da Síria, pois ele era bem versado em feitiçaria e feitiçaria. Ele também era o pai de Beor, que por sua vez era o pai de Bilaam. Como está escrito: "Bilaão, filho de Beor, o feiticeiro" (Yehoshua 13:22). No entanto, embora Labão fosse o maior praticante de feitiçaria e feitiçaria, ele não conseguiu vencer Jacó, a quem tentou aniquilar de várias maneiras, como está escrito: "Um arammiano queria destruir meu pai" (Devarim 26:5). E ENTÃO ELE LHE ENVIOU A MENSAGEM: "PEREGRINEI COM LABÃO", PARA TORNÁ-LO CIENTE DE SEU PODER.


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